Quarto 1

Entrei num dos quartos e coloquei as coisas sobre a cama; o quarto era bonito e recebia muito a luz do sol.
Estremeci; a luz do sol enfraquecia-me.
Fechei um pouco os estores e depois comecei a arrumar tudo, com uma calma em demasia.
Apenas ocupei cerca de metade do armário, visto que o/a meu/inha companheiro/a de quarto ainda não tinha chegado.
Liguei a televisão e fiquei a olhá-la durante algum tempo...

Chegámos a toda a velocidade e sentá-mo-nos na cama.
- Prontos, fala então. Ela está bem longe já.

Sentei-me na cama:
- Na verdade, não me lembro muito bem. Foi à coisa de um mês e meio; foi meio estranho. Estava na rua,... - disse começando a recordar os poucos daquele dia que me lembrava, - ... e dois tipos abordaram-me. Disseram que me dariam a vida eterna e mais feliz que eu poderia ter. Que não teria de temer nada neste mundo e assim! Antes que eu pudesse opor-me ou não, um deles já me estava a morder e o outro a injectar-me veneno suficiente para ser transformada. O chefe é que me encontrou; pelo que me disse, eu estava deitada no chão, no sítio onde os tipos me deixaram, e estava coberta de sangue. Matou-me a sede antes que eu mata-se algum humano e afastou-me da minha avó. - deixei-me cair na cama; - mas, ao que parece, habituei-me bem demais e puseram-me aqui.
Olhei-o:
- E tu?!

Ouvi tudo com atenção.
- Ainda és uma "bebé", só tens dois meses. Eu tenho cerca de 500 anos... - vi ela abrir a boca de espanto. - Fui transformado juntamente com o meu irmão pela nossa amada. - ergueu as sobrancelhas quando disse nossa. - Depois o nosso pai era contra os vampiros e tentou-nos matar aos dois. Eu fugi e desde aí que ando a vaguear pelo mundo. Podes não acreditar mas já dei 3 voltas ao mundo e parei um ano em cada país. - ri-me.

Apontei-lhe o dedo, ainda admirada:
- É, uma pequena e fofinha bebé. Quer dizer, fofinha não. Porque os bebés fofinhos não têm os olhos prateados e os dentes, - mostrei os caninos, rindo-me.
- Da próxima vez leva-me contigo, sim?! - pedinchei, gozando.

- Uma pequena e linda bebé. - pisquei-lhe o olho. - O que me dás em troca se eu te levar? - ergui a sobrancelha.

- Oh. Obrigada! - agradeci. - E tu és um cota muito atraente! - sorri.
Fingi ponderar um pouco:
- Dou-te um beijinho! - fiz uma careta.

Fiz ar de convencido, já sabia aquilo.
Arrastei-a a uma velocidade muito rápida até à parede e encostei-a ficando a milímetros dela.
- Onde? - olhei-a nos olhos.

Olhei-o também nos olhos; não era humano. Não o podia encantar (a menos que tentasse)
Coloquei as mãos no seu peito.
- Não sou lá muito fácil! - disse sinceramente, dando-lhe um beijo no bochecha, - se queres uma mordidela aqui da vampira, tens de dar muita luta! - gozei.
Rodei para que fosse ele o encostado à parede e depois afastei-me.

- Já disse que as difícies me agradam. - beijou-me a bochecha.
Rodou-nos e afastou-se. Apareci-lhe à frente sem que ela contasse, fazendo-a embater contra mim.
- Não resistes durante muito tempo.

Ergui uma sobrancelha:
- És sempre assim tão optimista em relação a ti mesmo, vampirinho? - ironizei.

- Chama-me antes realista, pequena. - fui dando passos em direcção a ela e ela dava para trás à mesma medida que eu.

Rodei para ficar atrás dele.
- Queridinho, eu não sou humana. - disse-lhe séria, - e podes ter 500 anos ou lá que raio é, mas isso não te torna completamente irresistível.

(podes ir registar o poder do Damon x: )

- Tu é que sabes... - era difícil mas eu iria dar-lhe a volta.

(vou já :b)

Uhh! Adorava ser má...
Deitei-me sobre a cama e olhei-o:
- Humanas ou vampiras. O que mais te atraí?!

- Ambas, gosto de manipular as humanas e adoro a dureza das vampiras. Deixam-me louco! - mexi no cabelo. - E tu? Humano ou vampiro?

- Ainda não tive com muitos vampiros. Por isso ainda não sei bem... Mas adoro os humanos pelo cheiro e os vampiros por... pela natureza deles! - admiti.
Olhei a janela, a noite já se tinha posto à algum tempo.
- Hmm... Eu acho que vou descansar! Apanhei com demasiado sol e estou um pouco fraca! Ficas por aqui? - perguntei.

- Muito bem. Sempre podes experimentar comigo. - ri-me. - Depende de onde fores...

- Eu vou ficar por aqui... - disse-lhe.
Olhei-o:
- Poder podia, mas não seria a mesma coisa. - fiz-lhe uma careta.
Fechei os olhos por um momento:
- Fecha a porta à chave, por favor; não gosto quando me acordam quando estou a descansar!

- Está bem. Eu vou dar uma voltinha e conhcer umas humanas... - dei uma gargalhada maléfica.
Antes que ela falasse.
- Não te preocupes, não mordo ninguém! - sái, fechando a porta à chave.

- Espero bem que não.
Saiu e fechou a porta; tirei a roupa e vesti uma camisa que me dava um pouco acima dos joelhos, de alças.
Fui para a cama e adormeci.
Acordei e Damon não estava lá; se ele tivesse mordido alguém lá se ia a sua promessa. Encolhi os ombros; peguei nuns calções, numa camisola verde de alças, na roupa interior e nos produtos de higiene e fui até à casa de banho.

Arrumei as minhas coisas no armário e fiz a cama rapidamente (com mais rapidez do que normalmente - talvez a expressão '' num abrir e fechar de olhos '' se adequa bem).
Calcei as sandálias e saí do quarto.

Sentei-me na cama e abri a carta; desdobrei o papel branco e senti o cheiro da casa da minha avó invadir-me.
Era uma carta dela; ela já devia saber a verdade.
Estremeci com essa possibilidade...

Minha pequenina,
Aquele a que vocês apelidam de ''chefe'', aquele homem bonito, atraente, novo e... vampiro (sim, eu posso ser velha, mas não sou cega!) contou-me o que te tinha acontecido.
Sei que estás na LS e fico feliz por ti; conheci essa ilha vagamente. Foi aí que o teu avô me levou (ainda nem era conhecida a existência desses seres)... É uma ilha muito bonita (e tenho a certeza que está muito mudada).
Fiquei aliviada ao saber que estás ''viva''; não aguentaria perder-te.
Depois de uma conversa com aquele ser... (como é que vocês, adolescentes, chamam aos rapazes bonitos e bem estruturados?! Bons?! Sim, bons) ...bom, ele explicou-me o porquê de teres ido para aí, naquilo que te tornaste e porquê que te afastaram de mim. Disse que compreendi muito bem. Acho que é de família!
Então, querida?! Como é que estás?
Apesar de tentar não o demonstrar nesta carta, eu estou a morrer de saudades tuas...

Esbocei um pequeno sorriso; continuei a ler aquela carta com letra tão conhecida e familiar.

Fui ao médico por causa da minha pequena doença. Tinha que saber se tinha progredido! Felizmente, não progrediu. O Dr. Phillips diz que a minha saúde recomenda-se e está pronta para dar e vender. Na verdade, vou ser egoísta porque quero ficar com a saúde só para mim.
Espero que esteja tudo bem, meu amor. Vem visitar-me assim que puderes.

Amo-te!
VóVó

Apesar de já não ser tão emocional, senti as ''novas lágrimas'' escorrerem-me pela cara; limpei-as com um lenço. As ''lágrimas'' agora eram vermelhas devido ao consumo de sangue!
Guardei a carta na minha mesinha de cabeceira, depois de ter ficado a observar o papel e a cheirá-lo para sentir a presença da minha avó ali.

Pousei os sacos sobre a cama e tirei os vestidos; arrumei-os com calma e cuidado, visto que não tinha nada mais interessante para fazer...
Quando arrumei fui para a sala.