Cantinho do Sam [não entres sem a sua permissão. serás punido]

Ri-me com os seus comentários:
- É. Eu sou uma pessoa surpreendente.
Encolhi os ombros e peguei-a ao colo:
- Sei que não estás cansada mas... - dei-lhe um beijo. - ... queres descansar ou fazer outra coisa qualquer?

Mordi o lábio.
-É, não estou muito cansada, mas queres fazer-me uma massagem? - Perguntei-lhe - Dói-me o corpo todo. - Lamentei-me.

Ri-me:
- Posso fazer... Que tipo de massagem queres? - perguntei, conduzindo-a até ao quarto.

-Não sei. Uma qualquer - disse-lhe deitando-me na cama e sentindo o colchão fofinho dela. Fechei os olhos, às espera que ele começasse. - Anda lá, já foste meu cozinheiro, agora podes ser massagista - sorri - aposto que és bom.

- Sim. Ótimo... - revirei os olhos, rindo-me.
Estive a massajá-la durante algum tempo, dando, de vez enquando, pequenos beijos molhados sobre a sua pele. Fizera desaparecer a camisola para que me desse mais jeito e para que ela sentisse melhor os movimentos que fazia.
- Sabes que podia, simplesmente, estar a imaginar que estavas a receber uma massagem e pronto...? - perguntei, gargalhando.
Fiz com que a sua camisola aparecesse novamente e deitei-me ao seu lado.

Virei-me para ele.
-Isso também consigo fazer - sorri orgulhosa - mas tenho que estar a olhar para ti - fiz um trejeito com a boca e deitei a cabeça na cama e puxei-o para lhe dar um beijo.

Rocei o meu nariz no seu:
- Agora deveria ser a tua vez de fazeres uma massagem. Que achas? - fiz uma careta. - Afinal de contas eu salvei-te... - ergui as sobrancelhas sugestivamente.

Sorri e sentei-me na cama esticando as costas. Ele sentou-se à minha frente e eu tirei-lhe a t-shirt que tinha vestido.
-Nada de desaparecer com a roupa - disse-lhe e deitei-o de barriga para baixo. - Vamos lá ver se me saio bem - sorri começando a massajar as suas costas durante apenas alguns minutos. - Nã. Não presto para isto - ri-me virando de novo de barriga para cima e beijei-o

- Claro que serves... - protestei.
Estremeci assim que senti entrarem na propriedade. Não tinham autorização para entrar.
Ouvi Ash chamar-me e fiz com que aparecesse à minha frente, assim como à de Cally.

- Sam... - murmurei assim que ele me fez aparecer à sua frente. Fiz um pequeno sorriso para Cally e depois voltei a olhar para Sam.
- O que se passa, pequena? - ouvi-o perguntar.
- Um... homem... tentou atacar-me. - engoli em seco. - Ele disse que me queria morta. - aproximei-me dele e abracei-o com força, começando a chorar. - Eu não quero morrer, Sam... - disse, não me importando com o facto de Sam se encontrar sem camisola.

Olhei Ash que estava assustada, mais assustada do que alguma vez vira e depois olhei para Sam. A minha mente era um rodilhão de coisas. Caleb, ele tinha algo à ver com isto.
-Oh Caleb. Ele fez-te alguma coisa? - Perguntei-lhe

Abanei a cabeça, afastando-me de Sam.
- Não. Foi um homem, na floresta. Ele estava bem armado... Desafiei-o a brincar a apanhada. - disse rindo-me para aquele ambiente ficasse mais alegre, apesar de não me sentir assim, propriamente. Limpei as lágrimas com a palma da mão e depois olhei a parede atrás de Cally.
- É o segundo hoje. Um foi na loja dos doces que me tocou com uma coisa qualquer que fez isto... - mostrei o braço que ainda tinha uma pequena marca vermelha, - mas a Ariana afastou-me a tempo de eu me descontrolar. A segunda foi agora... Eram homens diferentes!

Mordi o lábio ao ouvir Ash e sentei-me na cama:
- Pequena, porque não me contaste logo o da loja? Podia ter ido resolver isso...
- Porque apenas me tocou e arrependeu-se logo. Teve medo de mim. - respondeu, encolhendo os ombros.
- E este? Tocou-te com alguma coisa?!
Abanou a cabeça.
Olhei-a preocupado, tentando ver se não me mentia. Não o fazia.
- Então é melhor teres mais cuidado. E chamares logo que vires alguma coisa que te assuste. Mesmo que seja, sei lá, um cão muito grande.

Sorri, ele preocupava-se tanto com Ash, quase que me fazia inveja.
-Isto está infestado de pessoas que... - engoli em seco - nos querem matar. - Fechei os olhos e sentei-me mais direita na cama.

Puxei Cally para a minha beira e abracei-a pelos ombros, puxando-a para mim.
- O Caleb já foi avisado. Aproxima-se de vocês e morre... Mas esses gajos. Não sei quem são! Devem ser individuais a fazerem-se de corajosos. - estalei a língua.
Ouvi a voz de alguém a falar-me e fechei os olhos, escutando com atenção as intenções: era apenas a oração de uma mulher, pedindo para que as notas do seu filho fossem altas o suficiente para conseguir entrar na melhor faculdade para a qual tinha concorrido.
Deixei de ouvir assim que acabou com um agradecimento e voltei a minha atenção para as duas vampiras que se encontravam no meu quarto:
- Desculpem... Estava a ouvir uma... - olhei para Cally - ... coisa.

Encolhi os ombros:
- Bem... Eu vou embora porque não vos quero interromper ainda mais.
Virei costas e acenei, saindo de casa de Sam e dirigindo-me para o meu apartamento.

Abri a boca para falar com Ash, mas ela já se tinha ido embora. Suspirei.
-Uma coisa, hã... - ri-me mexendo a minha cabeça contra o seu peito. - Ela tem que ter mais cuidado. - Murmurei - É nova em folha - mordi o lábio.

Sorri:
- Sim. Era uma mulher a pedir umas coisas que vão acontecer mesmo. E não sou eu a fazer nada, é mesmo o Destino.
Passei-lhe a mão pelos cabelos suavemente:
- É muito nova, mesmo. - concordei.

Ri-me.
-Oh, eu tenho um namorado tão sábio - disse toda derretida e coloquei-me no seu colo.
Por mais que quisesse, não conseguia deixar de pensar em Caleb, eu precisava de falar com ele, mas ao mesmo tempo não o queria ver. Suspirei e deitei a cabeça no seu ombro.

Mordi-lhe o lóbulo da orelha levemente:
- É melhor dormires um pouco, pequenina... - disse-lhe, abraçando-a.

Sorri não tirando a cabeça do seu ombro e encostei-me mais a ele fechando os olhos.
-Chefinho - chamei - eu não gosto de dormir - mordi o lábio. A única certeza que tinha à cerca do fantasma era que me assombrava de noite. Não fui a tempo de o ouvir porque adormeci rápido e pesadamente.

Deitei-a confortavelmente na cama e cobria, colocando uma almofada por baixo da sua cabeça.
- Para quem não gostava de dormir... - comentei para mim, rindo-me.
Empurrei a porta que se confundia com a parede e deixei-a aberta para quando Cally acordasse.
Abri as cortinas escuras, outrora claras, e dei de caras com os frascos em cima da mesa; ainda haviam poucos, por sorte.
- Sammý... - ouvi uma voz atrás de mim, fazendo-me virar na direção e sorrir. - Queres que isso seja tudo destruído e esquecido?
Assenti: - Deixa-me dois ou três, apenas. E lança um feitiço qualquer para que não possam sair daqui, por favor, mamá.
- OK, querido. - sorriu; virei costas educadamente e sentei-me no banco alto em frente à bancada manchada das experiências e testes feitos. - Hmmm... Porque lhe contaste tudo?
- Porque a amo. - disse sem a olhar, apesar de sentir o seu olhar pregado nas minhas costas.
- Sabes que o amor é difícil. - murmurou francamente.
Olhei por cima do ombro:
- Mas eu amo-a, mamá. E nada é fácil neste mundo, lembras-te?
Ela assentiu e aproximou-se de mim, beijando-me a face e, depois, desaparecendo diante dos meus olhos.
Voltei o meu olhar para os frascos que se encontravam em cima da mesa e vi o trabalho das bruxas começar a ser feito; a magia materializou-se à minha frente por momentos, deixando apenas cinco frascos daquele produto. Senti, depois, a onda de privacidade lançada sobre aqueles frascos e agradeci, sabendo que elas ouviriam.
Comecei o meu trabalho, testando e apontando todos os componentes que constituíam aquele perfume. A razão? Porque não queria os vampiros mortos. Não queria Ashley morta. E, sem dúvida, que não queria, de todo, que Cally morresse.

*cally off*
Havia sombras, vultos a rodear Cally enquanto ela dormia de barriga para cima num sono profundo e nada alegre. Era por isto que ela detestava dormir. O seu pai assombrava-a sempre que podia e se lembrava, ou simplesmente lhe convinha. Uma das sombras que fazia parte do fantasma que Cally fizera, pegou em algo pontiagudo de um metal desconhecido e usou-o para a esfaquear.
*cally on*
Abri os olhos com uma dor e consegui vê-lo, a ele e à sua querida sombra, ele conseguia dividir-se, transformar-se em muitas sombras, mas essas eram apenas sombras e não tinham qualquer aspecto. Vendo-a a acordada saiu da sua fonte de visão e apenas ficou lá a sombra.
Levando a mão ao corte em forma de L não conseguiu evitar um grito de dor.

Mal ouvi o grito de Cally voltei ao quarto:
- Que se passa? - gaguejei, sentindo no ar o cheiro do seu sangue. - Cally... - chamei, parando de respirar.
Ainda avistei uma sombra disperçar-se e cerrei os punhos; sentei-me ao pé de Cally e puxei-a para mim.
- Respira fundo... - pedi ao seu ouvido.
Assim que a senti fazê-lo, estendi-lhe o meu braço: - Bebe para deixares de sentir dor. - pedi, passando-lhe a mão livre pelo braço.

Em vez de Sam, só conseguia ver a cara de Caleb. É só uma miragem Cally, concentra-te. Pedia para mim. Deixei que ele se aproximasse apesar da minha vontade era fugir dali e respirei fundo como ele me pediu. Neguei o seu pedido com a cabeça fechei os olhos e senti a ferida fechar-se.
Voltei a olhar para Sam e vi que finalmente a porcaria da sombra se tinha ido embora.
-Ele para a próxima não me escapa - rugi queixando-me mentalmente.